terça-feira, 14 de abril de 2009

Volta ao normal

Desde o dia da chegada do corpo da primeira dama no Gabão (17/03) que Nandinho não tem aula.  Primeiro porque ficou impossível sair de casa e depois porque na semana seguinte começaram as férias de Páscoa.  Mas hoje, finalmente, acabaram! 

Ontem, feriado de Páscoa, fomos para um almoço em comemoração a um batizado.  Representantes de todas as partes do globo  estavam presentes,  até mesmo da República Tcheca e Bulgária.

Mas antes, como tivemos a opção de ir ou não para a igreja, preferimos ir à praia.  O que, a julgar pelos quase 4 horas que os convidados tiveram que passar na Igreja, não foi uma má opção.

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domingo, 5 de abril de 2009

Voltei!

Bem, depois de um longo tempo sem internet estou de volta. Cansamos de esperar por alguma solução por parte da Gabontelecom e decidimos partir para uma daquelas internet móveis (tipo TIM Web), que, por incrível que pareça, funciona melhor do que a que tínhamos no nosso fixo.

Agora estou um pouco mais confiante de que vou poder manter o blog atualizado.

Obrigada pela visita!

segunda-feira, 30 de março de 2009

De volta aos velhos tempos…

Como é bom pedalar novamente…

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sábado, 21 de março de 2009

Morre a Primeira-Dama do Gabão

Edith Bongo Edith Lucie Bongo, médica pediatra, filha mais velha do Presidente congolês, Denis Sassou Nguesso, morreu sábado em Marrocos aos 45 anos de idade, depois de vários meses de hospitalização na Clínica Real do Hospital Militar Mohammed V de Rabat.

Uma verdadeira operação de guerra foi montada para a chegada do corpo para o velório em Libreville.  E, como eu moro em frente ao aeroporto, cuja entrada particular do presidente fica exatamente ao lado, a frente do prédio ficou um caos!

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Desde às 8 da manhã do dia 18 uma banda tocava na pista do aeroporto, cujas operações foram reduzidas.  Em frente um grande número de pessoas, vestindo camisetas com sua foto a aguardavam ao som de músicas da cultura local.  A cada chegada de chefe de estado – e eles foram muitos – o trânsito parava e tudo era bloqueado.  Neste dia não me atrevi a sair de casa.  As operações militares estavam em toda a cidade e diversas vias (as principais) bloqueadas, o que deixou o trânsito insuportável.

Finalmente, pouco antes das 16 horas chega o primeiro 747, vindo dos Estados Unidos, o qual trazia o carro fúnebre que transportaria o corpo até o palácio presidencial e a equipe que cuidaria do cerimonial.  Logo em seguida foi a vez de mais um 747 aterrissar com o corpo da primeira-dama.

Havia uma atmosfera muito tensa, pois devido às manifestações violentas dos congoleses contra a embaixada do Gabão no Congo, a expectativa de uma insurreição foi anunciada por uma organização internacional para os ligados a instituições americanas no país.

Presidente1Após um dia de velório, que deixou muita gente importante horas  numa fila nos jardins do palácio, o corpo seguiu para Brazzaville no Congo, onde ela foi velada mais uma vez e depois transferida para Edu, sua aldeia natal, onde está o cemitério da família Nguesso.

Mais uma operação de guerra foi montada.  Nas fotos a seguir dá para ter uma noção de como ficou minha paisagem.

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Ela não vinha no país desde outubro de 2006.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Sexta-feira 13 para o lamatin

Eu já tinha conhecimento de que existiam peixes-bois na África.  Quando estive em Nyonié soube, pela primeira vez, de sua existência em águas gabonesas.

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Infelizmente descobri que realmente era verdade de uma forma muito triste.  Esta manhã, quando estava a levar Nandinho para a escola, notei que havia um enorme “peixe” na areia da praia.  Quando voltei para buscá-lo parei o carro e constatei tratar-se de um enorme peixe-boi, que aqui tem o nome de lamatin.

Aqui, como no Brasil, trata-se de uma espécie “protegida” e em risco de extinção.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

De bike nova

Papai Noel, ou melhor, São Nicolau, me deu de presente uma bike linda!  Uma Trek 4300 modelo feminino.  Já estava sentindo falta de dar umas pedaladas.

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No Brasil eu costumava sair às 5:30 para pedalar pela cidade.  Mas aqui não dá para fazer isso.  Às 6:00 da manhã ainda está escuro. No entanto, como às 19 ainda está claro, tenho feito minhas pedaladas urbanas no final da tarde.  O problema é a poluição.  A maioria dos carros usa díesel como combustível e, como a grande parte da frota de táxis é muito antiga e eles são muitos e sem boa manutenção, a poluição a esta hora é enorme.

Mas também já comecei a fazer uma coisa da qual sempre gostei – trilhas.  Ainda estamos descobrindo, mas estes passeios aos domingos têm sido uma excelente oportunidade para descobrir um pouco mais dos lugares inacessíveis com carro.

Num desses passeios presenciamos o momento da retirada do mar de uma imensa rede de pesca.  

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Foram cerca de 40 minutos, com mais  de 20 homens trabalhando.  Mas o mais incrívell foi o resultado de todo esse trabalho – quase DSC00066nada.   A atividade pesqueira  que os chineses têm desenvolvido aqui no Gabão (não só nesta área, eles estão em todo lugar) tem, na opinião dos locais, deixado os pescadores artesanais em uma situação muito difícil.  Mas aí já é assunto para outra postagem…

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Passeio na Floresta – Episódio 2 (Lost in Gabon)

O domingo amanheceu um pouco preguiçoso após o aniversário. Então decidimos agitá-lo um pouco fazendo mais um passeio na floresta.

Imag001(1)Como foi fácil na primeira que fomos, decidimos que seria bom tentar algo menos leve, então decidimos que desta vez faríamos o percurso azul – 1,6 Km / 45 min. Vamos lá! O mesmo grupo da vez anterior. Começamos nosso passeio às 11 horas. 

Quando entramos na floresta eu ainda estava com as chaves do carro na mão, mas como Gunther tinha levado uma bolsa para colocar as guias e alguns brinquedinhos para exercitar os cachorros, coloquei-as em um dos bolsos. Os primeiros 500 metros do percurso estavam bem sinalizados. Mas, daí em diante, começaram a surgir as dúvidas... Num dado momento chegamos a uma bifurcação onde não havia qualquer indicação. Como a esquerda não parecia muito “transitada”, decidimos pela direita. Aí começou a brincadeira... A partir de então não encontramos mais nenhuma placa de indicação. Mas o nosso espírito aventureiro não nos deixou fazer o que seria mais indicado – voltar. Continuamos seguindo nossos “instintos”.

Depois de quase uma hora de caminhada ouvimos vozes. “Hum, estamos no caminho certo!” Eram duas mulheres com um cachorro. Como Bouncer não é flor que se cheire em relação a outros cachorros, e pelo visto o delas também, a tensão para conter nossas duas feras não nos deu margem para lembrar de perguntar para que lado seguir, já que as duas vinham em direção contrária a nossa e não pareciam estar perdidas como nós. Mas só o fato de encontrá-las nos deu um novo alento. Só que não durou muito... Continuamos caminhando, pulando ou passando por baixo de troncos enormes arriados e fazendo piada com a nossa desgraça. Mas a essa altura, Yenna, que não é mais nenhuma jovem – ela já tem quase 12 anos – começou a cansar e Nandinho também. Já fazia quase duas horas que caminhávamos. Chegamos a encontrar um local onde os militares franceses acampam para fazer exercícios, duas pontes com placas feitas por um grupo de mountainbike, mas nada de encontrar qualquer indicação que nos levasse de volta à nossa trilha.

Por alguns instantes começamos a ouvir o som do motor de quadicículos – aqui há muita gente que faz trilhas com eles. Ficamos à espera que algum passasse por nós para nos dar uma luz. Nada. Até que num determinado momento começamos a notar marcas de pneus de carro. Como voltar já estava totalmente fora de questão, decidimos seguir estas marcas, pois para dentro da mata elas não iam, então só poderiam nos levar a alguma estrada.

Dito e feito. Encontramos a saída, após quase três horas. Neste momento passavam duas mulheres com bacias cheias de frutas. Gunther perguntou se aquela estrada – na verdade um caminho de terra batida - nos levaria para a rota deCap Esterias, onde havíamos deixado nosso carro e a resposta foi não. Nós estávamos do lado oposto da floresta, cuja melhor opção seria continuar até atingir a estrada principal para Santa Clara – a floresta fica no meio destas duas rotas. Captura de tela inteira 04042009 144156.bmp Já contávamos mais de três horas e meia de caminhada quando chegamos à estrada. Exaustos nós e principalmente Yenna. DSC05095 Descansamos por alguns minutos, bebemos água numa barraca e sentamos um pouco para esperar por alguém que pudesse nos dar uma carona. Alguns instantes depois conseguimos, com um grupo de sul africanos, dos quais dois deles haviam passado por situação semelhante na semana anterior, o nosso transporte. Subimos na caçamba da caminhonete para um percurso de meia hora de carro, numa estrada terrível.

Quando chegamos ao nosso carro pensamos, aliviados, pensamos que a nossa aventura havia acabado, mas aí fizemos uma infeliz descoberta: havíamos perdido a chave do carro. O bolso no qual eu havia colocado o chaveiro com as chaves do carro e da casa, estava furado. A solução foi ligar para o marido de uma amiga (que já sabia da nossa aventura, pois ele havia nos telefonado para nos chamar para um churrasco enquanto ainda estávamos perdidos) para e pedir que fosse nos buscar. Vinte minutos depois ele chega para nos salvar. E, depois de arrombarmos o apartamento, voltamos para pegar o carro com a outra chave, acabou nossa aventura de domingo.

No dia seguinte amanheceu chovendo. Quando liguei o limpador de para-brisas estavam lá as nossas chaves, acreditamos que alguém as encontrou na trilha e nos devolveu.