terça-feira, 27 de maio de 2008

De novo?!

Às 6:00 de hoje os controladores de vôo decidiram entrar em greve. “Quem está fora não entra, quem está dentro não sai.” A excessão do presidente, que viajou logo depois do início da greve.

Tive uma nova experiência com a polícia gabonesa. Minha infração? Até aquele momento, nenhuma. Quando eles me pararam aí sim, pois interropi todo o tráfego. Eu estava com Linda (a minha Ivanise e intérprete) do meu lado. Novamente, todos os documentos apresentados, só que desta vez o senhor guarda queria um tal de cartão SGS. Expliquei que todos os documentos que tinha eram aqueles, mas não teve jeito. Ele insistia no tal SGS. Liguei para a DHL e Janette, diretora administrativa, também não sabia que diabos de cartão era esse. Nisso, vem um outro guarda e pergunta qual tinha sido a minha infração. Quando ele ouviu o outro falando no tal SGS, disse para que me deixasse ir embora. Só que ele continuou insistindo no assunto e dizendo que sem este cartão eu teria que pagar 25.000CFA para ele ou 125.000CFA (R$ 500,00) se fosse para a delegacia. Então eu disse, vamos para a delegacia! Não tenho dinheiro nenhum aqui. Vou ter que chamar o pessoal da DHL para pagar. Excelente estratégia. Fui liberada.

Agora aprendi. Estarei lisa para sempre para esses caras.

domingo, 25 de maio de 2008

A polícia gabonesa

Mais uma experiência com a polícia gabonesa... Quando saíamos de uma loja, os policiais haviam parado o trânsito no cruzamento. Como eu já estava com o carro todo virado para a direita, nem me liguei de colocar a seta. Bem, isso foi o suficiente para que me parassem, pedissem os documentos e, como não poderia deixar de ser, dinheiro.

Só que para a infelicidade deles, somando o dinheiro que eu tinha na minha carteira, com o de Gunther, nós não tínhamos mais do que 6.000CFA (R$ 22,00). Uma infração “tão grave” como esta, não sai por menos de 25.000CFA. Conversa vai, conversa vem, não pagamos nada.

É impressionante isso por aqui. O ideal é nunca encarar um policial, pois certamente ele vai encontrar algum motivo para pedir dinheiro.

sábado, 24 de maio de 2008

Amadores

Encontraram a caminhonete da DHL. Estava com dois caras em um bairro distante. Acho que os africanos ainda são um tanto inocentes na arte do roubo, pois ele se deram o trabalho de tirar apenas o adesivo das portas. Só que a poeira do barro da estrada foi atraída pelo resíduo de cola dos adesivos, o que fez com que eles fossem parados pela polícia e presos.

Essa o feiticeiro acertou. Resta saber agora se o motorista está realmente envolvido.

terça-feira, 20 de maio de 2008

O feiticeiro

O resto da semana passada e o início dessa transcorreu sem novidades.

Hoje Gunther me levou para a minha aula de francês mas decidi voltar a pé. Foram 45 minutos de caminhada a passos meio-ligeiros sem parada. Acho que estou precisando mais disso, já que minha bike ainda não deixou o Brasil.

Quando cheguei em casa Gunther me liga perguntando se eu queria assistir a um feiticeiro contratado pela DHL para desconbrir o culpado pelo desaparecimento da pick-up. É claro que aceitei. Eles já tinham feito isso dias atrás, só que sem a presença dos funcionários. Desta vez foram convocados todos os funcionários que estavam no turno, além de um representante da polícia do aeroporto.

Fomos em caravana para a casa do feiticeiro. Chegando lá um monte de gente também aguardava “atendimento”, mas tivemos o privilégio de sermos atendidos antes dos outros. Primeiro foi feita uma chamada com uma lista de todos os funcionários do operacional. Ao final, decidiram colocar o nome de Gunther também na lista, mas apenas para confirmação.

Feito isso, o feiticeiro pediu o dinheiro adiantado, colocou embaixo da pele de um bicho (não faço idéia de que bicho se tratava) que estava em cima de um tapete na frente dele.

Chamado o nome do primeiro funcionário, foi dito que este estava ausente. Então ele teve que usar os serviços de um menininho de uns 6 anos no máximo. O menino foi para a frente dele, abriu os braços, e o feiticeiro o abraçou por trás com um molho de varetas em cada mão. Depois de perguntar se aquela pessoa cujo nome foi citado era culpada ou não, o menino tinha que correr para tentar se livrar das varetas. Se as varetas abrissem e ele conseguisse correr, é porque ele não era culpado. Mas se estas permanecessem entrelaçadas, é porque ele era culpado. Neste caso, as varetas abriram.

E assim foi, um a um, às vezes o próprio, quando ausente, lá ia o menininho. Tadinho, deve estar se recuperando até agora de tanto esforço.

Então chegou a vez do motorista que havia ido para a prisão: as varetas não abriram. Duas tentativas e nada. Ele ficou meio alterado... Mais alguns e chegou a vez de Gunther. Quando perguntado se seria ele o culpado, as varetas abriram (ufa!). Só que o feiticeiro pediu para que fosse citado o nome do motorista, cujas varetas ficaram fechadas para que Gunther fizesse a confimação. Desta vez quase que o feiticeiro cai, pois Gunther correu rápido demais e as varetas, mais uma vez, não abriram.

Depois disso, uma das funcionárias da limpeza que também estava presente, começou a acusar o motorista, pois, para eles, isso é mais do que suficiente como prova da sua culpa. Ela pediu então ao senhor que fizesse a pergunta se o carro ainda estava em Libreville. A resposta das varetas foi sim. Depois pediu para saber se o carro estava guardado em algum lugar, mais uma vez sim.

Para a equipe européia da DHL, isso não é prova suficiente. Mas para o lado africano sim. Agora os mesmos colegas que foram pedir a Gunther que tentasse tirar o colega da prisão, desta vez querem vê-lo longe. Eles realmente acreditam na resposta das varetas.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Cadeia

Na noite passada roubaram uma das caminhotes da DHL. Logo cedo Gunther recebeu uma ligação informando sobre o caso. A polícia interrogou o pessoal que trabalhou na noite do roubo e terminou por colocar o motorista na cadeia por três dias, pois ele foi contraditório no depoimento.

Dá para imaginar como é a cela de uma prisão por aqui?

Hoje foi meio primeiro dia de aulas de francês.