terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Radiografia

Não haveria nenhuma necessidade de citar aqui que Nandinho chutou a parede e precisou fazer uma radiografia. Levei-o a uma clínica particular para o exame. O engraçado nessa estória é que, apesar do encaminhamento médico, onde estava escrito “pé esquerdo” eles preparam tudo para uma radiografia da mão direita. Dá para confiar?

No meu caso, que vinha sofrendo de terríveis dores nas costas nos últimos meses, tive a sorte de fazer uma exame computadorizado no hospital militar. zHospital2Esse hospital é restrito aos militares gaboneses do alto escalão ou para a comunidade marroquina, quando indicado por um médico militar. Tem equipamentos de última geração e a  decoração é coisa de hotel cinco estrelas. Fiquei impressionada. Por sorte estava acompanhando Hannan (uma marroquina) e, quando comentei com o médico (marroquino)zHospital1 que sentia dores no mesmo local que ela, ele me propôs fazer o mesmo exame, uma vez que a máquina estava preparada para isso.

O exame custou a bagatela de 250.000 FCFA (cerca de mil reais) – os quais (benza Deus) foram reembolsados.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Passeio na Floresta – Episódio 1

 

Tivemos a oportunidade de conhecer uma pequena parte da floresta preservada do Gabão, bem aqui pertinho de onde moramos. Logo na entrada tem esta placa que dá a opção de 5 percursos diferentes. 

Imag001(1)

Você escolhe a cor e segue as placas existentes na trilha. Na primeira vez que fomos, em meados de novembro, tranquilo! Estávamos eu, Gunther, Nandinho, Bouncer e Yenna. Optamos pelo percurso mais leve, o verde, de 800 metros e cerca de 25 minutos de caminhada. Beleza! As plaquinhas verdes estavam todas lá e fechamos sem nenhuma dificuldade.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Obamamania

A Obamamania também está presente no Gabão. Desde que ficou certa a vitória de Barack Obama que vejo por aqui rapazes vendendo um pedaço de tecido com a estampa igual à da bandeira dos Estados Unidos além de camisetas com a sua foto. Na frente do prédio da Embaixada do Brasil em Libreville consegui registrar mais uma forma de apoio.


A novidade do dia é que agora virei professora de português. Fui contratada por uma instituição internacional para dar aulas para o seu representante aqui no país. Para isso até intervista com o responsável por treinamentos em Washington eu tive que fazer.
Na primeira aula: alfabeto e pronúncia. Minha vingança!!!! O sofrimento do meu aluno francês para conseguir pronunciar o nosso "ão" lavou minha alma.
Como existem entre o português falado em Portugal (que é o que ele precisa) e o falado no Brasil algumas diferenças, vou ter que fazer algumas pesquisas em sites .pt, já que para nós a frase "pegar uma fila para tomar uma injeção nas nádegas", da forma como é falada em países lusófonos, não é algo que se diga em voz alta. :-)

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O retorno da pescaria



Chegaram os pescadores, depois de dois dias e meio e duas noites a dormir sob uma tenda, sem água doce para um banho, torrados pelo sol, mas satisfeitos. Nem tanto como poderia se esperar pela quantidade de equipamento carregado, mas o suficiente para se orgulhar e tirar algumas fotos do resultado do seu esforço.

Pelo visto os chineses estão fazendo um “bom” trabalho por aqui. De lá do banco de areia, pelo que foi me contado, dava para se ver cinco barcos de pesca a tirar desde os grandes peixes até os menores. As águas, florestas e minérios estão sendo largamente explorado por eles, os quais entram no país sem nem sequer precisar de visto.

Os maiores peixes foram pescados pelos que saíram no barco e passaram horas sob o sol. Na praia o resultado foi muito tímido. Dá para acreditar que de uma ilha, a mais de uma hora da costa, sem nenhum tipo de poluição, só se consiga pegar uns quatro ou cinco peixes em quase 3 dias? É triste, mas isso está virando uma realidade por aqui. Os grandes barcos pesqueiros estão se encarregando de deixar a pescaria artesanal cada vez mais pobre.

Um capítulo a parte foi a condição da estrada no dia do retorno. Choveu bastante no final de semana o que fez com que algumas pequenas crateras pelas quais tivemos que passar na sexta se tornassem respeitáveis crateras. Como na ida eu já tinha visto que não seria fácil passar por um determinado trecho onde eu quase virei o carro, saí na frente.

Com bastante dificuldade consegui vencer a pequena ladeira que dá acesso ao local de embarque. Só que para nossos amigos não foi muito fácil. O segundo carro, com a maioria do equipamento ficou com a roda traseira atolada lama e teve que ser descarregado.


Na segunda tentativa, quase atolou as duas dianteiras, porém na terceira, quando quase bateu num poste, conseguiu.


Ainda faltava o terceiro carro, que era maior que o anterior. Mas esse conseguiu, com bastante dificuldade, vencer o sabão após ter tentado apenas uma vez sem sucesso.



Daí foi só recarregar tudo e terminar a aventura do final de semana.

sábado, 1 de novembro de 2008

Oferendas

Este sábado presenciei algo para não me fazer esquecer de que estou na terra onde nasceram umbanda, candomblé e outras tantas religiões africanas.

Não é raro encontrar nas escruzilhadas potes de barro com galinha, farora e bebidas. Atrás de casa nunca encontrei esse tipo de oferenda, mas presenciei o momento da oferta de perfume, bebidas, doces e comida de duas mulheres. Sem o menor constrangimento com as pessoas que as observavam, elas entoavam cantigas e faziam suas orações.




sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Feriadão de pescaria

Dia 1° de novembro foi feriado aqui no Gabão e, normalmente, algumas empresas e atmbém as escolas tendem a dar um dia a mais de feriado. Como o grande pescador estava doido para inaugurar o novo equipamento de pesca comprado na Bélgica, um convite para ir pescar no banco de areia no feriadão foi irrecusável. No mês de abril eu também participei desta aventura, mas não me animei muito em passar três dias sem água doce para tomar banho ou um abrigo decente para me esconder do sol e dormir durante quase três dias.



O lugar de embarque, foi o mesmo da vez anterior - Capesterias. Para chegar neste lugar temos que seguir por uma estrada que passa pelo meio da mata. Apenas uns dois ou três quilômetros de asfalto, mas até que o trecho de barro não estava tão ruim se considerarmos o início do período chuvoso.



Lá fomos nós, saída às 6:00 da manhã para ainda alcançarmos a maré numa altura razoável para o embarque de todo o material. E põe material nisso! Acho que cada um dos sete pescadores tinha ao menos três varas. Gunther levou umas cinco. Além disso uma enorme quantidade de cerveja, vinho, carne para churrasco, sanduíches e etc. Na reunião para se decidir os detalhes do passeio cheguei a sugerir que se levasse apenas sal e pimenta, pois eles poderiam consumir lá mesmo alguns dos peixes pescados. Os olhares de surpresa e crítica quase me derrubaram da cadeira...






E lá foram a tentar tirar do mar algum peixe que me deixasse sem idéias para piadas nem os envergonhasse na volta.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Na praia

Todas as manhãs costumo sair para comprar pão. Mas, como Vivian (a substituta temporária de Linda) chegou cedo, pedi que ela fosse no meu lugar, já que preicsava passear com os cachorros. Normalmente esta é uma atividade de Gunther, mas como ele chegou muito tarde na noite anterior, decidi deixá-lo dormir mais um pouco.
Na praia sempre tenho o cuidado de manter os cachorros distante das pessoas que por ela caminham. Muitas vezes nem é necessário, já que muitas vezes eles mudam a rota ou param e ficam esperando que eu me afaste.
Quando saimos vi que estava vindo um rapaz catando garrafas. Chamei os cachorros para junto de mim para que ele pudesse passar. Quando chegou perto ele parou e, educadamente, me perguntou se eu morava ali perto. Disse que sim. Daí ele me perguntou se conhecia alguma brasileira que morava por ali, no que eu respondi afirmativamente. Então ele me falou que sempre vai para o trabalho caminhando, e que na manhã anterior ele havia encontrado uma bolsa com os documentos de uma brasileira chamada "Ana".
Eu quase não acreditei... Disse para ele: Ana sou eu! Então ele me disse que a minha bolsa estava com ele lá no trabalho dele. Ele tinha tentado ir à embaixada ontem depois do trabalho, mas já estava fechada. Então, por falta de papel, ele escreveu na minha mão seu número de telefone e nome. Combinei que passaria lá no seu trabalho - ele é porteiro de um conjunto de apartamentos classe alta no bairro mais chique de Libreville - para pegar minha bolsa por volta das 8:00.
Deixei Nandinho na escola e saí correndo para Thalassa. Quando cheguei ele estava do lado de fora, com seu uniforme, me aguardando. Todos os meu documentos estavam lá. Recuperei minha bolsa, um pouco suja, mas pelo menos eu a tenho de volta.
Acho que não preciso dizer que meu celular, caneta e dinheiro foram para uma outra dimensão...
Mas a esta altura isso não me importa. Ceular eu compro outro, caneta foi brinde e o dinheiro fez a felicidade momentânea e a desgraça eterna de alguém.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Visitante Inesperado

Noite passada tivemos um silencioso visitante em casa. Um visitante muito mau educado pois entrou sem pedir licença e saiu sem dizer adeus e, ainda por cima, levou minha bolsa e quase que leva meu computador. Só constatei hoje pela manhã, quando procurei por minha bolsa para pegar dinheiro para comprar o pão. Nada.
Primeira providência: polícia. Como aqui as coisas acontecem mais facilmente com uma indicação, Gunther falou com Janette (Dir. Adm. da DHL) que entrou em contato com um conhecido da polícia.
Chegamos ao quartel onde encontramos com a pessoa indicada. Daí ele nos levou para um sala no subsolo... Que lugar! As paredes já sem cor de tanta sujeira, pessoas sem camisa passando (acredito que deviam ser pessoas detidas) e um odor terrível. Num corredor, pequenas salas com os responsáveis por receber as reclamações. Na sala onde prestamos a nossa queixa as paredes eram cobertas por fotos de cadáveres, pessoas procuradas, produtos recuperados e sujeira. Eu quase vomitei, pois ficava impossível não virar para o lado e dar de cara com a foto de um cara com os bofes para fora.
Como já era de se esperar, os carros da polícia não têm combustível, então...
Agora vamos aguardar.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Finalmente escola!

O ano escolar finalmente começou no Gabão. Para Nandinho um pouco antes, na segunda-feira dia 29, mas as escolas públicas só reiniciaram ontem. Bem, pelo menos tentaram pois os professores decidiram declarar greve parcial no país.

Quem é pai ou mãe sabe o quanto a tarefa de deixar crianças na escola pode ser um teste de paciência e habilidade ao volante. Aqui não é diferente, porém tem alguns agravantes: quase todo mundo tem carro grande, as ruas não são largas e começou o período chuvoso, então já dá para imaginar...


segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Novo Tiger Woods?

Os últimos dias não foram dignos de postagens. Com Linda ainda em férias, minha vida por aqui tem estado sem nenhum glamour ou novidade. Quase não tenho saído de casa, só rapidamente para ir a supermercado. Estou uma perfeita Amélia.

Mas neste final de semana fomos convidados para um almoço no Golf Club.












Lá aconteceu um torneio “Bélgica e resto do mundo”(!!). Tudo patrocinado pelo cônsul da Bélgica que também é proprietário da companhia de eletricidade local.


Como todo belga que se preze, a regra do jogo era para cada buraco uma cerveja. Uma banda os acompanhava durante todo o percurso.


No almoço, com música ao vivo, aquele velho costume de “correr a sacolinha” (na verdade uma caixa enorme!) entre os convidados. Só que alguém tratou de acabar com isso rapidinho. O cantor teve que se satisfazer com o cachê.


O cardápio foi a culinária local, com direito a bolo com a bandeira da Bélgica. Infelizmente não tinha cerveja belga, mas de grátis...

(No centro da imagem Sr. Jean Pierre - Consul da Bélgica)

Aproveitamos para ver se Nandinho levava algum jeito para a coisa, afinal quem sabe não temos em nossa casa um novo Tiger Woods! Mas, pelo visto, não é bem esse o jogo dele... Entretanto vamos pensar no convite que ele recebeu para aprender a jogar.


Quanto ao meu talento...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Churrasco paraguaio

No último sábado decidimos oferecer um churrasco para Joelle (professora de francês e amiga local) e sua família, além de um funcionário da DHL vindo de Bahrein. No supermercado fiquei meio confusa quanto a que tipo de carne comprar, já que os cortes, a excessão do filé mignon, são todos diferentes dos nossos.

Peguei o telefone e liguei para Gunther para tirar a dúvida. No final da conversa resmunguei: - Que terra é essa que não tem picanha! Um senhor que estava perto de mim me interpelou e disse em inglês: - Você pode encontrar picanha aqui no SanGel em Port Môle. Eu agradeci a sugestão. Então ele me perguntou de onde eu conhecia picanha e eu respondi que do Brasil. Daí ele, num perfeito português me pergunta: - Então por que estamos conversando em inglês? Não é que eu fui encontrar um gaúcho que mora há 13 anos em Libreville! Ainda estava acompanhado por outro que havia chegado há pouco mais de 20 dias. Batemos um bom papo e trocamos nossos números de telefone.

A picanha não era argentina nem brasileira, era paraguaia (ai que medo!),mas o churrasco foi um sucesso. Ainda encrementei com umas coxinhas de asa que encontrei no mesmo supermercado indicado e mais uma farorinha bem temperada. Os franceses adoraram a “picanhá”. Só faltou a capirinha(roska), mas como o churrasco foi à noite, bebemos vinho mesmo.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

A férias de Linda

Minha assistente para assuntos domésticos, como todo bom cidadão librevilense (apesar de que ela é de São Tomé) tirou férias. Na verdade, desde agosto que ela tenta tirar estas benditas férias. Só que como o preço da passagem é impraticável para ela viajar de avião com os dois filhos (cerca de 480.000 FCFA = R$ 1.920,00), pois o de 3 anos já paga inteira (!), ela ficou a espera do barco que chegaria de São Tomé, no qual ela pagaria apenas 40.000 FCFA/pessoa.
Então, num sábado quando fui deixar Gunther em Port Môle para ir pescar com dois amigos, eu vi a nau capitânia que transportou Linda até sua terra natal. Irresistível não registrar.
Tinha de tudo neste barco, desde automóveis até animais. Impressionante.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Resumo de Agosto

Bem, como vocês podem notar, as varetas erraram. Mas pelo menos voltou!

O mês de agosto passou com poucas aventuras por aqui. Afinal a cidade, como já falei anteriormente, estava vazia já que é período de férias escolares. Como aqui segue-se o calendário escolar Europeu, o ano começa em setembro.

Então não nos restou nada mais do que aproveitar um pouco os lugares turísticos que ficam vazios nesta época.


POINT DENIS

O primeiro que fomos foi Point Denis. Eu já conhecia, mas para Nandinho foi novidade. O tempo estava perfeito e com pouca gente ficou melhor ainda. Na verdade nem tão pouca assim porque, a exemplo de nós, os gaboneses que restam também aproveitam para fazer turismo no próprio país.

Como a água do mar é bastante limpa, deu para Nandinho ver algumas arraias e peixes em seus mergulhos. Ficamos em frente ao Restaurante Maringa que, a exemplo do que fui anteriormente, também deixa algumas espreguiçadeiras à disposição dos seus clientes. Mas se você optar por levar seu lanche, não precisa se preocupar em pagar nada. Fica para a próxima.





NYONIÉ

O segundo passeio que fizemos foi para Nyonié. Este sim, uma aventura. Nesta também foram Bouncer e Yenna. Nyonié fica exatamente do lado oposto de Point Denis. É uma das reservas naturais acessível apenas por barco.

Chegamos à Michel Marine na hora previamente acordada com o proprietário do barco. Para minha surpresa, o embarque é feito ainda em terra. Temos que nos esticar para subir no barco que está ainda sobre a carreta, colocar tudo dentro, para depois sermos empurrados por uma Toyota até a água.





O porto de Libreville é muito precário e não tem profundidade suficiente para receber grandes embarcações. Enquanto atravessávamos a parte de mar vimos como é feito o desembarque das mercadorias que chegam por navio. Uma balsa encosta nos navios e tudo é transferido para elas. Enquanto isso um barco da duana ronda a região para que nada escape ao controle.


A viagem de barco leva pouco mais de 1 hora e no percurso dá para perceber muitas semelhanças entre o nordeste e esta região. Após atravessarmos uma parte de mar aberto, entramos em uma região de mangue onde, além dos nossos conhecidos caranguejos, podem-se ser vistos ainda crocodilos.

Ao chegarmos no pier para desembarque tivemos que fazer uma grande demonstração de alongamento, pois como a maré estava muito baixa e o pier não estava lá muito bem das pernas, foi um grande sacrifício, principalmente tirar os cachorros.








Imagine que TUDO neste lugar tem que chegar por barco. Desde a comida até material de construção.

Mas tudo bem, conseguimos sair e já encontramos o transporte à nossa espera para nos conduzir até o hotel. Foi mais uma hora de saculejo. Isso porque a estrada estava boa! No caminho uma coisa interessante chamou minha atenção: os cupins daqui têm um sistema completamente diferente de construir suas casas aqui. Eles fazem verdadeiros sobrados que mais parecem cogumelos gigantes. Alguns deles com mais de três andares. Na área onde a madeira foi retirada (agora desmatamento na região é ilegal) vê-se milhares destas casinhas.

Já era meio-dia quando finalmente chegamos. Eu já tinha sido avisada de que tudo era muito simples onde iríamos. Só que eu confesso que não esperava tanto. Até o momento éramos os únicos hóspedes daquele final de semana, pois os que encontramos lá estavam de partida neste dia logo após o almoço. Era uma casal com dois filhos já rapazes. Mais tarde, nos drinks antes do almoço, Gunther já havia descoberto tratarem-se de holandeses e engatou uma conversa em dutch.

Nos acomodamos num bangalô que tinha uma cama de casal e um beliche. Eu não esqueci do banheiro não... Este ficava do lado de fora e era para ser dividido com o chalé vizinho. Mas tudo bem... Não tínhamos vizinhos e só por um final de semana ninguém morre, né?

Uma coisa que ninguém pode falar mau deste lugar é da comida. A excessão do café da manhã que é muitíssimo limitado, o almoço e jantar são muito fartos, com direito a entrada, prato principal e sobremesa, tudo incluso no preço – afinal não teríamos opção. Também estão inclusas as bebidas, que ficam à disposição todo o tempo. Bem, mas o mais importante é o local. O mar não é tão cristalino, pois recebe água do rio que a deixa meio turva mas a temperatura é bem agradável.

Na tarde do primeiro dia, já incluso no pacote, estava um passeio para ver os elefantes e outros animais da região. Saímos pontualmente às 4 horas. E lá fomos nós, novamente, em nossa jardineira a saculejar. Uma hora depois lá estavam eles. Uma grande família com pelo menos quatro filhotes. Exatamente por isso não foi possível uma aproximação maior, pois o vento estava a favor, o que levava nosso cheiro para eles, o que é bastante perigoso quando há filhotes no grupo.

Saímos em busca de mais alguns e no final vimos três grandes grupos de elefantes, além de antílopes, búfalos e outros animais. Nesta região, no passado, também havia leões só que estes foram dizimados. Os que sobraram estão restritos à reserva presidencial que fica distante de onde estávamos.

No total passamos três horas neste “safari”. O cansaço foi muito bem recompensado pelas belas paisagens e também pelo inigualável pôr-do-sol assistido da montanha mais alta da região. Mas o resto do tempo foi dividido entre dentro ou fora d’água para cair de novo.

No sábado chegaram mais alguns hóspedes para o hotel. Três e moças e dois rapazes franceses. Como sentávamos sempre no mesmo lugar à mesa, uma vez que tanto o almoço quanto o jantar eram servidos em uma grande mesa junto com o dono do hotel, Nandinho sempre sentava na frente de um dos rapazes. Numa mesa de culinária francesa nunca pode falta pão e manteiga. Como tínhamos a vantagem de sermos os únicos a falar português, eu e Nandinho falávamos besteiras todo o tempo. Inclusive sobre o rapaz que sentava à sua frente, pois ele sempre puxava a manteiga para o lado dele. “- Mamãe, ele vai comer a manteiga toda!!!”

No almoço do domingo, quando todos seguiríamos de volta para Libreville veio a surpresa... O rapaz que sentava à frente de Nandinho começou a conversar comigo em um razoável português. Ele havia passado quatro meses no Brasil para fazer um documentário sobre os sem-terra no Paraná. Êta mundinho!

Uma curiosidade sobre a praia da foto abaixo é que pela manhã bem cedinho, assim que o sol nasce é possível ver alguns rinocerontes e até mesmo elefantes tomando banho de mar. Infelizmente só nos disseram isso no domingo...


Acredito que este será um dos finais de semana inesquecíveis no Gabão para todos nós.