segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Novo Tiger Woods?

Os últimos dias não foram dignos de postagens. Com Linda ainda em férias, minha vida por aqui tem estado sem nenhum glamour ou novidade. Quase não tenho saído de casa, só rapidamente para ir a supermercado. Estou uma perfeita Amélia.

Mas neste final de semana fomos convidados para um almoço no Golf Club.












Lá aconteceu um torneio “Bélgica e resto do mundo”(!!). Tudo patrocinado pelo cônsul da Bélgica que também é proprietário da companhia de eletricidade local.


Como todo belga que se preze, a regra do jogo era para cada buraco uma cerveja. Uma banda os acompanhava durante todo o percurso.


No almoço, com música ao vivo, aquele velho costume de “correr a sacolinha” (na verdade uma caixa enorme!) entre os convidados. Só que alguém tratou de acabar com isso rapidinho. O cantor teve que se satisfazer com o cachê.


O cardápio foi a culinária local, com direito a bolo com a bandeira da Bélgica. Infelizmente não tinha cerveja belga, mas de grátis...

(No centro da imagem Sr. Jean Pierre - Consul da Bélgica)

Aproveitamos para ver se Nandinho levava algum jeito para a coisa, afinal quem sabe não temos em nossa casa um novo Tiger Woods! Mas, pelo visto, não é bem esse o jogo dele... Entretanto vamos pensar no convite que ele recebeu para aprender a jogar.


Quanto ao meu talento...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Churrasco paraguaio

No último sábado decidimos oferecer um churrasco para Joelle (professora de francês e amiga local) e sua família, além de um funcionário da DHL vindo de Bahrein. No supermercado fiquei meio confusa quanto a que tipo de carne comprar, já que os cortes, a excessão do filé mignon, são todos diferentes dos nossos.

Peguei o telefone e liguei para Gunther para tirar a dúvida. No final da conversa resmunguei: - Que terra é essa que não tem picanha! Um senhor que estava perto de mim me interpelou e disse em inglês: - Você pode encontrar picanha aqui no SanGel em Port Môle. Eu agradeci a sugestão. Então ele me perguntou de onde eu conhecia picanha e eu respondi que do Brasil. Daí ele, num perfeito português me pergunta: - Então por que estamos conversando em inglês? Não é que eu fui encontrar um gaúcho que mora há 13 anos em Libreville! Ainda estava acompanhado por outro que havia chegado há pouco mais de 20 dias. Batemos um bom papo e trocamos nossos números de telefone.

A picanha não era argentina nem brasileira, era paraguaia (ai que medo!),mas o churrasco foi um sucesso. Ainda encrementei com umas coxinhas de asa que encontrei no mesmo supermercado indicado e mais uma farorinha bem temperada. Os franceses adoraram a “picanhá”. Só faltou a capirinha(roska), mas como o churrasco foi à noite, bebemos vinho mesmo.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

A férias de Linda

Minha assistente para assuntos domésticos, como todo bom cidadão librevilense (apesar de que ela é de São Tomé) tirou férias. Na verdade, desde agosto que ela tenta tirar estas benditas férias. Só que como o preço da passagem é impraticável para ela viajar de avião com os dois filhos (cerca de 480.000 FCFA = R$ 1.920,00), pois o de 3 anos já paga inteira (!), ela ficou a espera do barco que chegaria de São Tomé, no qual ela pagaria apenas 40.000 FCFA/pessoa.
Então, num sábado quando fui deixar Gunther em Port Môle para ir pescar com dois amigos, eu vi a nau capitânia que transportou Linda até sua terra natal. Irresistível não registrar.
Tinha de tudo neste barco, desde automóveis até animais. Impressionante.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Resumo de Agosto

Bem, como vocês podem notar, as varetas erraram. Mas pelo menos voltou!

O mês de agosto passou com poucas aventuras por aqui. Afinal a cidade, como já falei anteriormente, estava vazia já que é período de férias escolares. Como aqui segue-se o calendário escolar Europeu, o ano começa em setembro.

Então não nos restou nada mais do que aproveitar um pouco os lugares turísticos que ficam vazios nesta época.


POINT DENIS

O primeiro que fomos foi Point Denis. Eu já conhecia, mas para Nandinho foi novidade. O tempo estava perfeito e com pouca gente ficou melhor ainda. Na verdade nem tão pouca assim porque, a exemplo de nós, os gaboneses que restam também aproveitam para fazer turismo no próprio país.

Como a água do mar é bastante limpa, deu para Nandinho ver algumas arraias e peixes em seus mergulhos. Ficamos em frente ao Restaurante Maringa que, a exemplo do que fui anteriormente, também deixa algumas espreguiçadeiras à disposição dos seus clientes. Mas se você optar por levar seu lanche, não precisa se preocupar em pagar nada. Fica para a próxima.





NYONIÉ

O segundo passeio que fizemos foi para Nyonié. Este sim, uma aventura. Nesta também foram Bouncer e Yenna. Nyonié fica exatamente do lado oposto de Point Denis. É uma das reservas naturais acessível apenas por barco.

Chegamos à Michel Marine na hora previamente acordada com o proprietário do barco. Para minha surpresa, o embarque é feito ainda em terra. Temos que nos esticar para subir no barco que está ainda sobre a carreta, colocar tudo dentro, para depois sermos empurrados por uma Toyota até a água.





O porto de Libreville é muito precário e não tem profundidade suficiente para receber grandes embarcações. Enquanto atravessávamos a parte de mar vimos como é feito o desembarque das mercadorias que chegam por navio. Uma balsa encosta nos navios e tudo é transferido para elas. Enquanto isso um barco da duana ronda a região para que nada escape ao controle.


A viagem de barco leva pouco mais de 1 hora e no percurso dá para perceber muitas semelhanças entre o nordeste e esta região. Após atravessarmos uma parte de mar aberto, entramos em uma região de mangue onde, além dos nossos conhecidos caranguejos, podem-se ser vistos ainda crocodilos.

Ao chegarmos no pier para desembarque tivemos que fazer uma grande demonstração de alongamento, pois como a maré estava muito baixa e o pier não estava lá muito bem das pernas, foi um grande sacrifício, principalmente tirar os cachorros.








Imagine que TUDO neste lugar tem que chegar por barco. Desde a comida até material de construção.

Mas tudo bem, conseguimos sair e já encontramos o transporte à nossa espera para nos conduzir até o hotel. Foi mais uma hora de saculejo. Isso porque a estrada estava boa! No caminho uma coisa interessante chamou minha atenção: os cupins daqui têm um sistema completamente diferente de construir suas casas aqui. Eles fazem verdadeiros sobrados que mais parecem cogumelos gigantes. Alguns deles com mais de três andares. Na área onde a madeira foi retirada (agora desmatamento na região é ilegal) vê-se milhares destas casinhas.

Já era meio-dia quando finalmente chegamos. Eu já tinha sido avisada de que tudo era muito simples onde iríamos. Só que eu confesso que não esperava tanto. Até o momento éramos os únicos hóspedes daquele final de semana, pois os que encontramos lá estavam de partida neste dia logo após o almoço. Era uma casal com dois filhos já rapazes. Mais tarde, nos drinks antes do almoço, Gunther já havia descoberto tratarem-se de holandeses e engatou uma conversa em dutch.

Nos acomodamos num bangalô que tinha uma cama de casal e um beliche. Eu não esqueci do banheiro não... Este ficava do lado de fora e era para ser dividido com o chalé vizinho. Mas tudo bem... Não tínhamos vizinhos e só por um final de semana ninguém morre, né?

Uma coisa que ninguém pode falar mau deste lugar é da comida. A excessão do café da manhã que é muitíssimo limitado, o almoço e jantar são muito fartos, com direito a entrada, prato principal e sobremesa, tudo incluso no preço – afinal não teríamos opção. Também estão inclusas as bebidas, que ficam à disposição todo o tempo. Bem, mas o mais importante é o local. O mar não é tão cristalino, pois recebe água do rio que a deixa meio turva mas a temperatura é bem agradável.

Na tarde do primeiro dia, já incluso no pacote, estava um passeio para ver os elefantes e outros animais da região. Saímos pontualmente às 4 horas. E lá fomos nós, novamente, em nossa jardineira a saculejar. Uma hora depois lá estavam eles. Uma grande família com pelo menos quatro filhotes. Exatamente por isso não foi possível uma aproximação maior, pois o vento estava a favor, o que levava nosso cheiro para eles, o que é bastante perigoso quando há filhotes no grupo.

Saímos em busca de mais alguns e no final vimos três grandes grupos de elefantes, além de antílopes, búfalos e outros animais. Nesta região, no passado, também havia leões só que estes foram dizimados. Os que sobraram estão restritos à reserva presidencial que fica distante de onde estávamos.

No total passamos três horas neste “safari”. O cansaço foi muito bem recompensado pelas belas paisagens e também pelo inigualável pôr-do-sol assistido da montanha mais alta da região. Mas o resto do tempo foi dividido entre dentro ou fora d’água para cair de novo.

No sábado chegaram mais alguns hóspedes para o hotel. Três e moças e dois rapazes franceses. Como sentávamos sempre no mesmo lugar à mesa, uma vez que tanto o almoço quanto o jantar eram servidos em uma grande mesa junto com o dono do hotel, Nandinho sempre sentava na frente de um dos rapazes. Numa mesa de culinária francesa nunca pode falta pão e manteiga. Como tínhamos a vantagem de sermos os únicos a falar português, eu e Nandinho falávamos besteiras todo o tempo. Inclusive sobre o rapaz que sentava à sua frente, pois ele sempre puxava a manteiga para o lado dele. “- Mamãe, ele vai comer a manteiga toda!!!”

No almoço do domingo, quando todos seguiríamos de volta para Libreville veio a surpresa... O rapaz que sentava à frente de Nandinho começou a conversar comigo em um razoável português. Ele havia passado quatro meses no Brasil para fazer um documentário sobre os sem-terra no Paraná. Êta mundinho!

Uma curiosidade sobre a praia da foto abaixo é que pela manhã bem cedinho, assim que o sol nasce é possível ver alguns rinocerontes e até mesmo elefantes tomando banho de mar. Infelizmente só nos disseram isso no domingo...


Acredito que este será um dos finais de semana inesquecíveis no Gabão para todos nós.