sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Feriadão de pescaria

Dia 1° de novembro foi feriado aqui no Gabão e, normalmente, algumas empresas e atmbém as escolas tendem a dar um dia a mais de feriado. Como o grande pescador estava doido para inaugurar o novo equipamento de pesca comprado na Bélgica, um convite para ir pescar no banco de areia no feriadão foi irrecusável. No mês de abril eu também participei desta aventura, mas não me animei muito em passar três dias sem água doce para tomar banho ou um abrigo decente para me esconder do sol e dormir durante quase três dias.



O lugar de embarque, foi o mesmo da vez anterior - Capesterias. Para chegar neste lugar temos que seguir por uma estrada que passa pelo meio da mata. Apenas uns dois ou três quilômetros de asfalto, mas até que o trecho de barro não estava tão ruim se considerarmos o início do período chuvoso.



Lá fomos nós, saída às 6:00 da manhã para ainda alcançarmos a maré numa altura razoável para o embarque de todo o material. E põe material nisso! Acho que cada um dos sete pescadores tinha ao menos três varas. Gunther levou umas cinco. Além disso uma enorme quantidade de cerveja, vinho, carne para churrasco, sanduíches e etc. Na reunião para se decidir os detalhes do passeio cheguei a sugerir que se levasse apenas sal e pimenta, pois eles poderiam consumir lá mesmo alguns dos peixes pescados. Os olhares de surpresa e crítica quase me derrubaram da cadeira...






E lá foram a tentar tirar do mar algum peixe que me deixasse sem idéias para piadas nem os envergonhasse na volta.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Na praia

Todas as manhãs costumo sair para comprar pão. Mas, como Vivian (a substituta temporária de Linda) chegou cedo, pedi que ela fosse no meu lugar, já que preicsava passear com os cachorros. Normalmente esta é uma atividade de Gunther, mas como ele chegou muito tarde na noite anterior, decidi deixá-lo dormir mais um pouco.
Na praia sempre tenho o cuidado de manter os cachorros distante das pessoas que por ela caminham. Muitas vezes nem é necessário, já que muitas vezes eles mudam a rota ou param e ficam esperando que eu me afaste.
Quando saimos vi que estava vindo um rapaz catando garrafas. Chamei os cachorros para junto de mim para que ele pudesse passar. Quando chegou perto ele parou e, educadamente, me perguntou se eu morava ali perto. Disse que sim. Daí ele me perguntou se conhecia alguma brasileira que morava por ali, no que eu respondi afirmativamente. Então ele me falou que sempre vai para o trabalho caminhando, e que na manhã anterior ele havia encontrado uma bolsa com os documentos de uma brasileira chamada "Ana".
Eu quase não acreditei... Disse para ele: Ana sou eu! Então ele me disse que a minha bolsa estava com ele lá no trabalho dele. Ele tinha tentado ir à embaixada ontem depois do trabalho, mas já estava fechada. Então, por falta de papel, ele escreveu na minha mão seu número de telefone e nome. Combinei que passaria lá no seu trabalho - ele é porteiro de um conjunto de apartamentos classe alta no bairro mais chique de Libreville - para pegar minha bolsa por volta das 8:00.
Deixei Nandinho na escola e saí correndo para Thalassa. Quando cheguei ele estava do lado de fora, com seu uniforme, me aguardando. Todos os meu documentos estavam lá. Recuperei minha bolsa, um pouco suja, mas pelo menos eu a tenho de volta.
Acho que não preciso dizer que meu celular, caneta e dinheiro foram para uma outra dimensão...
Mas a esta altura isso não me importa. Ceular eu compro outro, caneta foi brinde e o dinheiro fez a felicidade momentânea e a desgraça eterna de alguém.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Visitante Inesperado

Noite passada tivemos um silencioso visitante em casa. Um visitante muito mau educado pois entrou sem pedir licença e saiu sem dizer adeus e, ainda por cima, levou minha bolsa e quase que leva meu computador. Só constatei hoje pela manhã, quando procurei por minha bolsa para pegar dinheiro para comprar o pão. Nada.
Primeira providência: polícia. Como aqui as coisas acontecem mais facilmente com uma indicação, Gunther falou com Janette (Dir. Adm. da DHL) que entrou em contato com um conhecido da polícia.
Chegamos ao quartel onde encontramos com a pessoa indicada. Daí ele nos levou para um sala no subsolo... Que lugar! As paredes já sem cor de tanta sujeira, pessoas sem camisa passando (acredito que deviam ser pessoas detidas) e um odor terrível. Num corredor, pequenas salas com os responsáveis por receber as reclamações. Na sala onde prestamos a nossa queixa as paredes eram cobertas por fotos de cadáveres, pessoas procuradas, produtos recuperados e sujeira. Eu quase vomitei, pois ficava impossível não virar para o lado e dar de cara com a foto de um cara com os bofes para fora.
Como já era de se esperar, os carros da polícia não têm combustível, então...
Agora vamos aguardar.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Finalmente escola!

O ano escolar finalmente começou no Gabão. Para Nandinho um pouco antes, na segunda-feira dia 29, mas as escolas públicas só reiniciaram ontem. Bem, pelo menos tentaram pois os professores decidiram declarar greve parcial no país.

Quem é pai ou mãe sabe o quanto a tarefa de deixar crianças na escola pode ser um teste de paciência e habilidade ao volante. Aqui não é diferente, porém tem alguns agravantes: quase todo mundo tem carro grande, as ruas não são largas e começou o período chuvoso, então já dá para imaginar...